O Ebionismo foi uma seita que surgiu nos primeiros anos do cristianismo entre os judeus recém convertidos. Para eles Cristo foi apenas um homem bom, mas nada mais que isto.
Os ebionitas surgiram no segundo século da Era Cristã e eram seguidores de Jesus que acreditavam em sua mensagem, mas não adotavam a doutrina da divindade de Jesus. Eles foram mencionados nos escritos de alguns padres da Igreja primitiva, como Irineu e Tertuliano, mas a doutrina ebionita perdeu força com o passar do tempo e hoje é considerada uma seita minoritária.
O que é Ebionismo?
Ebionismo (em grego: Ἐβιωναῖοι Ebionaioi, derivado do hebraico אביונים, Evyonim, “pobres”) é um termo patrístico que se refere a diversos movimentos de cristãos de origem judaica que surgiram a partir do segundo século da Era Cristã.
O Ebionismo é um termo e um evangelho apócrifo usados para descrever alguns grupos de cristãos judeus, nos primeiros séculos do Cristianismo. Embora algumas fontes antigas (i.e. Tertuliano) sugiram que estas seitas tomaram seu nome de um sujeito, cujo nome se supõe ter sido Ebiom, é mais provável que o termo e título fossem, no início, uma crítica reprovadora indicando sua ênfase sobre pobreza e ascetismo, em parte como que, uma interpretação literal de Mateus 5:3.
Cristianismo antigo
Qual a origem desta seita?
A origem destas seitas é cercada de mistérios; entretanto, a partir da literatura da igreja primitiva, e especialmente Atos, é claramente observável que certas tendências judaizantes se manifestaram desde o início da Igreja de Jerusalém (Cp. At 6.1-6; 15.1 s.; Gl). Após a queda de Jerusalém em 70 d.C., e novamente durante a rebelião de Bar Cochba, quando Adriano destruiu Jerusalém, em 132 d.C., o Cristianismo judaico perdeu sua posição em Jerusalém e a igreja lá foi controlada por um bispo gentio.
E conhecido por meio dos escritos de Justino, Ireneu, Tertuliano, Hipólito, Orígenes, Eusébio e especialmente Epifânio e Jerônimo, que pelo menos dois grupos de cristãos judeus eram conhecidos: um que era herético em sua cristolo- gia e ressentido do cristianismo gentílico, e outro amigável, embora distinto do ristianismo gentio, mas ortodoxo em sua visão de Cristo.
Seitas Ebionistas
Estudos recentes caracterizaram três grupos distintos de cristãos judeus, que são algumas vezes referidos sob o termo geral de “ebionitas”.
(a) Nazarenos, que aceitaram o nascimento sobrenatural de Cristo sem desenvolver uma cristologia calcedoniana;
(b) ebionistas farisaicos que reconheceram Jesus como o Messias, mas negavam seu nascimento virginal e odiavam a Paulo;
(c) ebionistas gnósticos ou essênios que tinham uma tendência de praticar uma cristologia gnóstica. (Cp. HERE, V. 140,141).
Aproximadamente do ano 140 d.C. o escritor cristão vivendo entre os samaritanos e judeus Justino, no “Diálogo com Trifo“, relata que existiam dois tipos de cristãos judeus que observam a lei de Moisés: os tolerantes, que observam os preceitos judaicos, mas que não exigiam que os outros da comunidade observassem tais preceitos e aqueles que acreditavam que a lei mosaica seria obrigatória para todos Justino Mártir. Surgiria assim, no século II, a distinção entre grupos judeus-cristãos de doutrina “ortodoxa” seguindo a linhagem de Tiago, o Justo, e grupos marginais como os nazarenos e ebionitas.
O primeiro registro conhecido de um grupo chamado de “Ebionita” (Ebionai) é de cerca de 180 d.C. quando Ireneu de Lyon, que não fazia menção aos nazarenos.
Fontes cristãs sobre o ebionismo
Como as fontes cristãs primitivas indicam, em geral os ebionistas eram conhecidos por duas doutrinas: (a) adesão à lei judaica para os judeus pelo menos se não para os gentios e (b) uma tendência de interpretar a pessoa de Cristo como sendo meramente um homem, no qual desceu o Espírito Santo no seu batismo.
A relação exata dos ebionistas com a Comunidade do Mar Morto e/ou essênios, bem como com a seita mais antiga conhecida como recabitas, é ainda assunto de conjecturas, embora estudos mais recentes mostrem uma inclinação de ver semelhanças básicas se não um tipo de relação direta.
Segundo Orígenes, o termo “Ebion” significava “pobre”
Tertuliano foi o primeiro a escrever contra um heresiarca chamado “Ebion“, como fundador dos ebionitas. Segundo Epifânio, Ebion teria nascido em um vilarejo chamado Cochabe no distrito de Basã, teria viajado pela Ásia e até mesmo para Roma. Já para Jerônimo, Ebion teria vivido na época do apóstolo João, sendo repreendido pelo apóstolo por não acreditar que Jesus existia antes de Maria.
Evangelho do Ebionismo
Uma das últimas menções contemporâneas aos ebionitas aparece em Epifânio de Salamina (310-320 – 403). Epifânio escreveu Panarion, obra na qual criticou cerca de oitenta seitas heréticas, entre elas os ebionitas, desse modo forneceu descrições gerais de suas crenças religiosas e citações de seus evangelhos, que não sobreviveram. Segundo Epifânio, os ebionitas residiram em Nabateia, Banias, Moabe e Kochaba na região de Basã, perto de Daraa. Desses lugares, se dispersaram para a Anatólia, Roma e Chipre. Em 375, Epifânio registrou a existência de ebionitas na Ilha de Chipre, mas no século V, Teodoreto de Cirro relatou que não existiam mais ebionitas naquela região.
Apenas Epifânio (d. 403 d.C.) faz referências ao Evangelho dos Ebionistas. Algumas vezes este evangelho é identificado ou confundido com o Evangelho dos Hebreus, ou com o dos Nazarenos. Os poucos trechos deste evangelho, nas citações em existência de Epífanes, são peculiares em enfatizar o vegetarianismo nos relatos do NT de João Batista e Jesus.
Jesus como profeta humano
BIBLIOGRAFIA.
W. Beveridge, “Ebionism”, HERE, V (1928), págs. 139-145; antigo, mas ainda muito útil;
L. Wallach, “The textual History of an Aramaic Proverb”, JBL, LX (1941), pp.403-415;
H. Hirschberg, “Simon Bariona and the Ebionites”, JBL, LXI (1942), págs. 171-191;
H. J. Schoeps, Jewish Christianity (1969). Fontes originais: Justin, Dial. C. Tryph., 47;
Irineu, Against Heresies, I. xxvi, 2; III. xxi, 1; V. i. 3; Tertuliano, De Praescr., 33;
Hipólito, Haer., vii. 34; ix. 13-17;
Epifânio, Haer. Para uma boa tradução das citações de Epifânio veja M. R. James, The Apociyphal New Testament (1924), págs. 8-10.
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