História do Manual
Desde o surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia, houve a preocupação de que ela crescesse de maneira saudável e organizada. Conforme o número de fiéis aumentava o número de desafios e problemas a serem resolvidos também. Desde seu início a IASD se preocupou em se desenvolver de acordo com os ensinamentos bíblicos. Sendo assim, surgiu a necessidade de uma manual que regulamentasse as práticas eclesiásticas.
Ellen G. White ressaltou tais necessidades em 1875:
“A igreja de Cristo está em perigo constante. Satanás está procurando destruir o povo de Deus, e a mente de uma só pessoa, seu discernimento, não é suficiente para se confiar. Cristo gostaria que seus seguidores fossem unidos na qualidade de igreja, observando ordem, tendo regras e disciplina, e todos sujeitos uns aos outros, considerando ‘os outros superiores a si’ mesmos (Fp 2:3)”
EGW, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 445
Mesmo com esse apelo passaram muitos anos sem que os líderes da igreja produzissem um livro de regulamentos.
- 1882 – Em 1882 a Associação Geral votou em uma Sessão Mundial preparar “instruções aos oficiais da igreja, as quais deviam ser publicadas na Review and Herald ou em formato de folheto” (Review and Herald, 26 de dezembro de 1882).
- 1883 – Foi apresentada uma proposta para este manual. Os delegados rejeitaram a ideia. Temiam que um manual tornasse formal a igreja e tolhesse a liberdade dos pastores de lidar individualmente com os assuntos de ordem eclesiástica, como desejavam. Isso refletia a oposição a qualquer forma de organização eclesiástica que existira 20 anos antes.
- 1907 – Muitos livretos e pequenos manuais foram produzidos até este período, quando neste ano o pioneiro J. N. Loughborough produziu o A Igreja, sua Organização, Ordem e Disciplina, que tratava de muitos dos tópicos agora cobertos por este Manual da Igreja.
- 1931 – Em 1931, a Comissão Diretiva da Associação Geral votou publicar um manual da igreja. J. L. McElhany, que mais tarde se tornaria presidente da Associação Geral, preparou o manuscrito, que foi publicado em 1932.
- A declaração de abertura do prefácio daquela primeira edição ressaltava que “tinha se tornado cada vez mais evidente a necessidade de um manual sobre o governo da igreja para estabelecer e preservar nossas práticas e regulamentos denominacionais”.
- A ideia era preservar – Não se tratou de uma tentativa de criar e impor subitamente à igreja um padrão completo de regras de procedimentos. Ao contrário, foi um esforço, primeiramente, para preservar todas as boas ações adotadas ao longo dos anos e, então, acrescentar os regulamentos requeridos pelo aumento e complexidade crescentes da igreja.
- 1932 – De lá para cá O Manual da Igreja expressa também a compreensão da Igreja a respeito da vida cristã, do governo eclesiástico e da disciplina baseada em princípios bíblicos e na autoridade das assembleias da Associação Geral devidamente reunidas. “Deus ordenou que os representantes de sua igreja de todas as partes da terra, quando reunidos em Assembleia Geral, devam ter autoridade” (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 261).
Pontos importantes sobre o Manual da Igreja
Durante a elaboração do Manual da Igreja houve a preocupação em atender alguns pontos fundamentais para o bom funcionamento organização:
- Foco nas Escrituras – As normas e práticas da igreja se baseiam nos princípios das Escrituras Sagradas. O Espírito de Profecia serve para ressaltar estas verdades. (P. 19)
- Não pode haver nada diferente – Não deve ser feita nenhuma tentativa para estabelecer padrões de discipulado ou para criar ou tentar impor regras ou regulamentos para o funcionamento da igreja local que sejam contrários às decisões adotadas pela Assembleia da Associação Geral, as quais estão demonstradas neste Manual da Igreja. P. 19.
- Mudanças no manual – “todas as alterações ou revisões de conteúdo a serem feitas no Manual da Igreja devem ser autorizadas pela sessão da Associação Geral” (Relatório da Associação Geral, nº 8, p. 197 [14 de junho de 1946]).
- Adendos – Em 1948, reconhecendo que as condições locais algumas vezes demandam atenção especial, a Comissão Diretiva da Associação Geral votou que “cada Divisão, inclusive a Divisão Norte-Americana, prepare um ‘Suplemento’ ao novo Manual da Igreja, de forma alguma modificando-o, mas contendo matérias adicionais aplicáveis às condições e circunstâncias prevalecentes na respectiva Divisão; os originais para esses suplementos são submetidos à Comissão Diretiva da Associação Geral para aprovação antes de ser impressos” (Votos do Concílio Outonal, 1948, p. 19).
- Mudanças – As mudanças no Manual da Igreja, com exceção das Notas e das alterações editoriais, podem ser feitas unicamente com voto da Assembleia da Associação Geral, durante a qual delegados da Igreja mundial participam com voz e voto.
- Você pode propor mudanças – Se uma igreja local, Associação, União-Associação ou União-Missão deseja propor uma revisão no Manual da Igreja, deverá submeter a proposta à instância institucional superior para conselho e estudo. Se aquela instância aprovar, submeterá a revisão sugerida ao nível hierárquico seguinte para avaliação adicional. Se os diversos níveis aprovarem a proposta, esta será levada diante da Comissão do Manual da Igreja da Associação Geral, a qual avalia todas as recomendações. Se essa comissão aprovar a revisão, prepara-a para ser apresentada ao Concílio Anual e/ou à Assembleia da Associação Geral.
O Coração do Manual
Cuidado com a Igreja
O coração do Manual da IASD, seu foco principal, é o cuidado com a igreja a partir dos ensinamentos bíblicos:
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.
Atos 20:28
com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo
Efésios 4:12
para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.
1 Timóteo 3:15
Juntos somos a igreja do Deus vivo.
Somos o objeto da atenção divina nesta terra.
“Testifico a meus irmãos e irmãs que a igreja de Cristo, por débil e defeituosa que seja, é o único objeto sobre a Terra a que Ele confere sua suprema atenção. Enquanto a todos dirige o convite para irem a Ele e serem salvos, comissiona seus anjos para prestar divino auxílio a toda pessoa que a Ele se achegue com arrependimento e contrição; e, pessoalmente, por meio de seu Espírito Santo, está no meio de sua igreja”
egw, testemunhos Para Ministros, p. 15
Somos um corpo
O Manual da IASD deixa bem que um de seus fundamentos é a unidade da igreja no corpo de Cristo. Todas as ações a serem realizadas devem ter como objetivo promover o amor e a união entre os irmãos.
Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros
Romanos 12:4,5
Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”
1 Coríntios 12:27, 28
“Oh, como se regozijaria Satanás, se pudesse ter êxito em seus esforços de se insinuar entre este povo e desorganizar o trabalho, em um tempo em que é essencial uma completa organização; e será este o maior poder para manter afastados os movimentos falsos e para refutar declarações não endossadas pela Palavra de Deus!
Temos que conservar uniformemente as nossas fileiras, para que não haja quebra no sistema de método e ordem que foi construído por um trabalho sábio e cuidadoso. Não se deve dar permissão a indivíduos desordenados que desejam dominar a obra neste tempo”
egw, Testemunhos Para Ministros, p. 489
Cuidado com o Indivíduo
Além do cuidado com a comunidade, o Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia apresenta de forma detalhada a importância do cuidado individual com cada membro.
As solenes obrigações de ser membro do corpo de Cristo devem impressionar a todos os que desejam ser membros da igreja. Apenas os que dão evidência de ter experimentado o novo nascimento e desfrutam uma experiência espiritual no Senhor Jesus estão preparados para ser aceitos como membros.
Manual da Igreja Adventista do Sétimo dia, p. 45
Como lidar com irmãos que cometem erros?
Este manual da IASD também apresenta claramente como devem ser tratados os irmãos que cometem erros que sejam ofensivos à Igreja, às doutrinas bíblicas ou ao próximo.
Se você quiser conhecer mais sobre as orientações do Manual da IASD nestes casos, clique veja este artigo do Teolocurso:
Você pode baixar aqui o Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia
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